Página Inicial AnálisesPC Review | Análise de Exit the Gungeon: um spin-off injustiçado

Review | Análise de Exit the Gungeon: um spin-off injustiçado

por Marina M.
Publicado em Atualizado em 7 minuto(s) de leitura
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Quer jogar um arcade tão divertido quanto desafiador? Então Exit the Gungeon é uma excelente escolha. Desenvolvido em parceria pelos estúdios independentes Dodge Roll e Singlecore e distribuído pela Devolver Digital, o título foi lançado em março de 2020 com tradução integral para português brasileiro.

tela inicial exit the gungeon

É importante situar que Exit the Gungeon é uma continuação da história de Enter the Gungeon, jogo sobre o qual escrevemos aqui. Entretanto, os desenvolvedores deixam claro o tempo todo que o objetivo deles não era tornar Exit the Gungeon um Enter the Gungeon 2.

Enquanto o primeiro jogo da franquia era um explorador de dungeons randomizadas, sendo possível escolher itens e montar uma build para seu personagem, a proposta aqui é mais rápida: a Gungeon está caindo aos pedaços depois de tantos tiroteios, e o objetivo é pegar carona e escapar por elevadores improvisados.

fase caçadora exit the gungeon

Se num empreendimento bem-sucedido de Enter the Gungeon seria possível terminar o jogo em cerca de 1h30, aqui em meia hora é possível matar o último chefão. Portanto, a proposta é de uma aventura mais linear, herdeira das qualidades que tornaram Enter the Gungeon um bullet hell imperdível. A temática roguelike é comum em ambos os títulos: a morte faz você perder o progresso realizado e começar tudo de novo.

Para iniciar a aventura, você escolhe um dos quatro aventureiros, entre a Caçadora, o Piloto, a Presidiária e o Marinheiro. Assim que entra no elevador para começar a partida, recebe uma bênção que faz com que sua arma mude depois de alguns segundos. Os inimigos surgem de todos os lados, e assim o inferno de balas tem início.

fase marinheiro exit the gungeon

Além de desviar dos tiros de forma estratégica, rolando para os lados e para cima, é necessário se adaptar às diferentes armas que entram em cena. Se num momento você está próximo a um inimigo com uma escopeta, logo pode ter em mãos um sapo que solta bolhas e é mais eficiente na longa distância.

O resultado é um arcade frenético, que lembra os melhores momentos de jogos clássicos como Metal Slug, aproveitando ao máximo a visão lateral e a arte 2D. Além dos controles continuarem satisfatórios e precisos, o design dos níveis é bastante variado. Apenas a primeira fase é idêntica para todos os personagens – superado o primeiro boss, os níveis são completamente diferentes para cada um deles.

fase presidiaria exit the gungeon

O Marinheiro, por exemplo, prossegue por uma masmorra, enquanto a Caçadora se equilibra num elevador capenga de quedas fatais. A variedade na jogabilidade é incrível – os protagonistas são carismáticos, bem como os inimigos e NPCs que é possível ir descobrindo ao longo da jornada.

Assim como seu predecessor, Exit the Gungeon conta com muitos segredos e extras, de vendedores de chapéus mercenários a níveis dificílimos de acessar, bem como novos personagens jogáveis após a primeira fuga com os quatro heróis iniciais. O título está cheio de encontros memoráveis e o senso de humor da franquia continua firme e forte.

mini-jogo exit the gungeon

Todos os itens são cheios de referências à cultura nerd, e diferentemente de Enter the Gungeon, apenas objetos de efeito passivo são encontrados no decorrer das fases: basta passar sobre eles e continuar concentrado no tiroteio. Nas lojas, também são os únicos à venda.

item exit the gungeon
O olho sangrento é uma referência ao primeiro episódio do anime Cowboy Bebop!

Eu gostei muito do título, e é preocupante observar que muitas pessoas estão atribuindo notas negativas pelas mecânicas nas quais Exit the Gungeon é diferente de Enter the Gungeon. Acho normal quando amamos um título desejarmos mais do mesmo, mas não reconhecer a qualidade de Exit the Gungeon é, sim, uma grande injustiça.

Para falar a verdade, não sou grande fã de bullet hell porque sou ruim nesse tipo de jogo. Entretanto, o universo criado pela Dodge Roll é tão empolgante e consistente que posso morrer por duas horas seguidas, e ainda assim estarei me divertindo horrores.

dragão exit the gungeon
A primeira vez que cheguei no dragão (quase infartei).

A maior reclamação que vi é de que a constante alteração das armas dificulta o jogo, já que antes era possível fazer mais escolhas estratégicas. Por mais que por um lado seja inconveniente não escolher como matar seus inimigos, por outro a preocupação em encontrar munição ou explorar o cenário desaparece. Os níveis são menores, sendo possível atravessá-los com muito mais facilidade.

Exit the Gungeon traz uma proposta mais simples, executada com primor e sob constante cuidado dos desenvolvedores, que ouvem a comunidade e implementam atualizações constantemente. O valor de rejogabilidade é altíssimo, e escapar da Gungeon é sempre uma experiência surpreendente e divertida.

A cópia de Exit the Gungeon para análise foi cedida gentilmente pela Devolver.

Exit the Gungeon está disponível para Nintendo Switch, Apple Arcade e Computador.


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