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Análise de Tchia: uma carta de amor para Nova Caledônia!

por Leandro Gomes Zavan
Publicado em Atualizado em 5 minuto(s) de leitura
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Sendo o primeiro lançamento do estúdio Awabec, Tchia entrega um mundo aberto deslumbrante que se passa no arquipélago da Nova Caledônia. O jogo investe pesado na ideia de mostrar a cultura da região, além de expor as tradições e estilo de vida do arquipélago, Tchia também usufrui do folclore da região em sua gameplay e narrativa.

Mesmo tendo inspirações explicitas para seu desenvolvimento, graças a essa representação cultural, Tchia consegue ser um jogo único com uma identidade bem forte.

História e narrativa

Nova Caledônia está passando por momentos difíceis graças a tirana Meavora e seu exército de criaturas conhecida como Maano. Além de se aproveitar dos habitantes da região, Maevora também está destruindo a fauna e flora para benefício próprio.

Tchia e seu pai viviam pacificamente em uma pequena ilha da região, até o fatídico dia em que Maevora enviou seus capangas para sequestrar o pai. Após esse evento traumático, nossa protagonista parte em uma aventura para salvar seu pai e livrar o arquipélago desse governo tirano.                

Em relação a narrativa, o jogo tem uma abordagem mais infantilizada por assim dizer, basta mudar poucos detalhes e Tchia poderia facilmente virar um filme da Disney. A forma na qual a história se desenvolve acaba sendo uma faca de dois gumes, por um lado ela tem um ritmo legal e é bem fácil de digerir, contudo, muita coisa com potencial acaba não tendo um desenvolvimento adequado. Felizmente esse “problema” é compensado pela cinematografia e trilha sonora que são impecáveis, ajudando a entregar cenas impactantes e, consequentemente, memoráveis.

Gameplay

O jogo segue o formato “padrão” de mundo aberto, tendo um local para revelar pontos de interesse da região com diversos coletáveis e mini-games espalhados pelo mapa. Antes que você se preocupe, quantitativamente falando o jogo não exagera nas secundarias e coletáveis, além de existir uma certa diversidade entre eles.

A movimentação e exploração do jogo é bastante influenciada por Zelda: BOTW. As mecânicas básicas (escalar, planar, nadar) giram em torno de um sistema de estamina, o poder da Tchia também, mas com uma barra própria que define quanto tempo ela pode ficar no controle de um animal ou objeto. O jogo também possui uma mecânica excelente de velejar, navegar pelo belíssimo mar na jangada da Tchia é simples e viciante, mesmo não aproveitando tanto o fundo do mar, explorar as águas do arquipélago é uma experiência muito satisfatória.

Sobre o combate, infelizmente esse é o ponto fraco do jogo ao meu ver, ele se resume basicamente em encontrar e arremessar objetos inflamáveis (bomba, tocha, tanque de gasolina) nos inimigos. Para piorar, os inimigos tem um comportamento bem monótono, com pouquíssima variedade de golpes e uma IA medíocre. A parte mais triste do combate é que ele não aproveita tão bem a mecânica de controlar animais e objetos, o máximo que você pode fazer é entrar em um barril e se arremessar no inimigo, felizmente os segmentos de combate são rápidos e pouco recorrentes, então ele não chega a ser um empecilho tão significativo na sua experiência.

Conclusão

É impossível não destacar a questão artística do jogo, o estilo cel shading dele é lindo, tendo cenários belos e perfeitos para uma boa foto. Além disso, o jogo conta com uma lista de músicas excelentes que representam parte da cultura da região, sem contar que o mini-game de tocar instrumentos é divertido e desafiador na medida certa.

Honestamente, eu não tinha muitas expectativas com Tchia, mas acabei me surpreendendo muito com o que ele entrega como jogo. Ele tem um objetivo bem definido, expor ao jogador a beleza cultural e regional da Nova Caledônia, ao meu ver ele cumpre seu objetivo com maestria, além de entregar um bom sistema de exploração e uma história divertida de brinde.

Tchia está disponível para PlayStation 4 e PlayStation 5, além do PC, como exclusivo temporário da Epic Games Store.

A cópia de Tchia para criação desta análise foi cedida pela Kepler Interactive, e agradeço por esse suporte. Saiba que isso, no entanto, não influencia na minha opinião final a respeito do jogo.


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