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Análise Clair Obscur: Expedition 33: lindo, melancólico e envolvente

por Fábio Cipriano
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Clair Obscur: Expedition 33 se tornou um fenômeno instantâneo na indústria dos jogos, e se tornou mais um exemplo de que jogos feitos com paixão e uma clara visão são, e sempre serão, o caminho para o sucesso.

Então, bora explorar o que esse game pode nos proporcionar? Senta aí, que lá vem a história…

Eca! É de turno!

Eca! Que delícia!

Sim, o combate por turnos pode ser a primeira coisa que muitos gamers torcerão o nariz. Porém, vale a pena analisar como é feito o combate em Clair Obscur.

Sempre gostei de jogos de turno como Breath of Fire, Suikoden, Valkyrie Profile: Lenneth, e um dos que eu mais gostava do combate: Shadow Hearts.

Nos combates de Clair Obscur, o player tem controle sobre a reação a ataques dos personagens, podendo esquivar-se ou tentar aparar para realizar um contra-ataque avassalador. Dessa forma, em momento nenhum o jogador fica assistindo seus personagens sendo espancados sem ter forma de defesa. Isso deixa o combate tenso em momentos em que o jogador está prestes a receber o ataque.

O dinamismo que é trazido à fórmula com essas simples mudanças acaba com aquele tédio trazido por turnos, pois, em sua vez de atacar, é hora de planejar estratégias, enquanto, na hora da defesa, é um rush de adrenalina, como em um jogo de combate em tempo real.

Uma ótima evolução do gênero, que realmente irá impactar todo jogo de turno que será lançado futuramente.

Pelo menos o jogo é lindão!

Até demais, Mon Ami!

A qualidade gráfica de Clair Obscur não é das mais avançadas e fotorrealistas por aí. Porém, sua direção de arte é excepcional e torna todas as vistas e a ambientação do jogo extremamente atraentes. A magnitude das estruturas, suas silhuetas estraçalhadas, contam histórias, criam curiosidade e ajudam com o sentimento de que tudo aquilo é um sonho ou uma pintura.

A criatividade em certos ambientes, a atenção aos detalhes e o apelo narrativo de elementos visuais são um grande charme do título e mostram o tamanho do carinho que foi colocado na criação da obra.

Uma grande frescurinha minha são os cabelos, que não ficam bons nem em cutscenes, ficando serrilhados e acabando por distrair. Mas isso fica em segundo plano, pois o maior forte do jogo vem a seguir.

Vai falar da história? Conte-me tudo!

Hey! Calma lá! Com pressa assim, vai ser gommado logo, logo!

Aqui fica o núcleo de Clair Obscur: sua história!

A premissa do título é o suficiente para deixar qualquer um curioso: uma gigante que pinta um número em um monólito, e todos com aquela idade… Snap! Ganham o tratamento Thanos.

Nosso papel como Expedicionário é viajar até o monólito e encher a gigante de paulada até ela não pintar mais os números. Simples, não!?

E é aí onde a verdadeira beleza desse título se mostra. A história de Clair Obscur é melancólica e misteriosa. Em vários pontos da história, haverá reviravoltas e mais mistérios a serem desvendados.

A forma como a história se desenvolve é envolvente, intrigante e melancólica, cheia de momentos que aquecem o coração, que destroem a alma e que fortalecem a conexão do jogador com seus personagens.

Na minha humilde opinião, é uma das histórias mais originais e bem desenvolvidas dos últimos tempos. Facilmente se tornou a minha trama favorita!A profundidade dos personagens é explorada muito bem e os torna únicos e amáveis. Uma trama adulta, com personagens bem escritos e que não toma o jogador como um saco de batata analfabeto funcional.

E a música? Dá pra dançar igual um MC Kevin?

Hã? MC Ke… Vá tomar banho, rapaz!

A trilha sonora de Clair Obscur é simplesmente SENSACIONAL!

Já no menu inicial, é possível transcender ouvindo a trilha, que também é melancólica e já te mostra, de cara, onde você está se metendo.

As cutscenes, acompanhadas dessas obras-primas de trilha sonora, machucam a alma e facilmente fazem um barbudo de 1,89m encher os zóim de água.

Realmente, é um dos pontos fortes do título e, em momentos, carrega toda a emoção que a trama necessita. E, ao mesmo tempo, se torna brincalhona e descontraída em certos momentos mais leves.

Em um dos cenários, existe um tema geral que é o fundo do mar. A trilha sonora desse cenário possui sons de sonar de submarinos e os incorpora à melodia. Achei esse detalhe interessante e me fez prestar mais atenção no restante das trilhas dali pra frente.

Menu Soundtrack

E a parte ruim? Tem que ter parte ruim, né!?

Claro que existe, seu Sakapatate!

Clair Obscur é, sim, um jogo fantástico que merece todo crédito por ser um dos melhores lançamentos do ano. Porém, não está imune a falhas de desenvolvimento.

Uma das primeiras que me vêm à cabeça é a falta de um mini mapa dentro dos cenários. É possível ver o mapa-múndi quando fora das “dungeons”.

O design de alguns cenários pode ser confuso, e a falta de um mini mapa é sentida nesse momento. Porém, a falta do mesmo pode ser justificada por um outro defeito: os cenários são bem simples em questão de travessia e parecem um corredor mais largo, com alguns twists pelo caminho.

A exploração é razoavelmente recompensadora e incentiva a conhecer cada cantinho de cada dungeon, mas o cenário confuso, a falta de mini mapa e a travessia muito linear podem acabar desanimando o jogador. A qualidade da animação também não está entre as melhores, mas entrega o que propõe. Essa leve falha é muito sentida em alguns pontos onde são necessários pulos precisos.

É difícil sadesgraça ae?

Pode ser e pode não ser! Fica tranquilo, cabelinho de pincel.

Mesmo não sendo um jogo com foco em dificuldade, alguns encontros podem se tornar desafiadores dependendo de como o jogador escolha seu estilo de jogo. Aparar ataques é bem recompensador, mas também pode ser bem complicado aparar uma sequência grande de golpes, ou mesmo aqueles movimentos que demoram 5 dias úteis para serem realizados, dignos da bengalada de 1 semana do Margit em Elden Ring.

Porém, há uma seleção de dificuldade, e, se o jogador quiser algo mais tranquilo, basta mudar nas opções do jogo em alguns cliques.

Early Game Abbede Cromático Gameplay


Então finaliza aí, que tá quase na hora do meu Gommage!

Eu estou aqui! Estou aqui!

Clair Obscur: Expedition 33 se mostrou, desde seu anúncio, como um jogo, no mínimo, digno de se manter de olho. Agora, após seu lançamento, o título se perpetuou como um “Must Play”, daqueles títulos que são quase obrigatórios para quem aprecia uma boa história, com personagens profundos e excelente narrativa.

Sua duração é no ponto, sem muita enrolação, e sempre entrega algo interessante para manter a nossa atenção fixa.

A trilha sonora, que se destaca e carrega todo o peso emocional, se torna daquelas que ficam na mente por dias e fazem a gente ter vontade de voltar a jogar. Uma obra-prima que influenciará muitos RPGs de turno que virão. Um lembrete de que o gênero ainda tem muito a oferecer e o reapresenta de forma espetacular.

Clair Obscur: Expedition 33 está disponível atualmente para PlayStation 5 e PC via Steam, Xbox e está disponível via Gamepass.

Um agradecimento à distribuidora que nos cedeu uma cópia para resenha. O título foi jogado no PC via Steam.

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