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Análise de RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army

por Leandro Gomes Zavan
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Para os que desconhecem, RAIDOU: The Mystery of the Soulless Army trata-se de um spin-off da franquia Shin Megami Tensei, tal qual Persona e Digital Devil Saga. Originalmente lançado em 2006 para o Playstation 2, RAIDOU é um RPG de ação onde controlamos um guardião e detetive capaz de invocar demônios.

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Estória

RAIDOU se passa no Japão durante a era Taishō (1912~1930), nele controlamos o décimo quarto jovem a assumir o manto de Raidou Kuzunoha, que por sua vez começa a atuar como detetive junto de Narumi para lidar com casos potencialmente relacionados com o sobrenatural. O protagonista tem como companheiro um gato preto chamado Gouto, este gato faz parte do clã Kuzunoha e atua como o mentor e ajudante de Raidou.

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O jogo segue uma estrutura de capítulos, passando uma vybe de sentai (Power Rangers, Jiraya, etc) onde cada capítulo fosse um episódio dessa “série”. Tudo começa quando uma jovem liga para a agência de Narumi pedindo para que matem ela, mas ao interroga-la os investigadores são atacados por um grupo de soldados demônio que capturam a garota. Conforme mais casos vão surgindo pela cidade, surgem também mais indícios que esses soldados tem ligação com tais eventos e tudo na verdade faz parte de um grande caso.

A estrutura de capítulos de RAIDOU funciona muito bem, um capítulo dura por volta de 2 horas e tem um ciclo de começo, meio e fim, dando um bom senso de progressão mesmo em jogatinas curtas. O jogo é composto por 12 capítulos, mas infelizmente não há nenhum tipo de recurso dentro do jogo para rejogar capítulos específicos, apenas NG+. Cada capítulo tem um arco próprio, mas todos continuam agregando para o mistério “principal” envolvendo a garota desaparecida.

Apesar de divertido, achei a narrativa de Raidou esquecível, principalmente por conta dos personagens, que de forma geral, não são tão carismáticos. Além disso, alguns pontos chave da história são bem previsíveis e acabam se sustentando apenas na apresentação das cenas. Talvez esse seja o preço a se pagar por se tratar de um jogo mais curto e direto ao ponto, mas ainda sim senti que o contexto do jogo podia oferecer muito mais, isso no contexto narrativo.

Gameplay

Raidou destaca-se por ser um RPG de ação, boa parte dos jogos associados com Shin Megami Tensei são baseados em combate por turnos. Para fins comparativos, o combate de Raidou lembra um pouco o de Tales of, diferenciando-se por ter a mecânica de sumonar demônios para ajudar no combate. A administração dos seus demônios é uma parte chave da gameplay, pois eles possuem diferentes magias e fraquezas que podem mudar o ramo da luta.

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Aprofundando mais nos demônios, totalizando 129 variantes, eles são baseados em diversos mitos, entidades e deuses de várias culturas e religiões. Raidou tem o poder de captura-los caso esteja no mesmo nível que eles, caso a criatura simpatize com você, ele recebe um bônus de status. Para extrair todo o potencial de seus demônios, o jogo permite fundi-los para criar um demônio novo ainda mais forte, herdando habilidades e passivas de seus “pais”, podendo até herdar passivas que protegem o demônio do tipo de dano que ele é vulnerável.

Pode-se dizer que o combate do jogo vira uma bola de neve por causa das fusões. Se você souber o que está fazendo na hora de fundir os demônios, é possível criar aliados assustadoramente fortes e capazes de ganharem lutas sem qualquer auxílio do jogador na reta final. Felizmente, o jogo não pune jogadores que não engajam tanto com essa mecânica, no fim do dia todas as builds funcionam bem.

Além de melhorar nossos demônios, podemos melhorar o arsenal de Raidou, criando armas para desbloquear novas magias para o protagonista. O sistema de craft dele é bem simples, grind padrão de qualquer JRPG, mas vale lembrarpara aqueles que almejam a platina que certos recursos são perdíveis e podem impedir que você crie todas as armas.

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Minha única ressalva referente a gameplay de Raidou fica com a luta dos chefes, eles são mecanicamente chatos e parecem mais um inimigo normal com quantias exorbitantes de HP. Tirando o ultimo chefe, todos os outros são chatinhos e nada memoráveis, arrisco dizer que o chefe da igreja tem seu valor por causa da história, mas vejo ele como um caso isolado que nem chega a se salvar por completo. Nem mesmo as dificuldades mais elevadas tornam os confrontos mais interessantes, apesar de tornar as lutas mais ameaçadoras, a dificuldade do jogo soa bem superficial e continua não demandando tanto assim do jogador.

Melhorias de RAIDOU Remastered em relação ao original de 2006

Além da repaginada nos visuais, RAIDU remastered conta com alguns recursos de quality of life (autosave e afins) e melhorias no combate. Referente ao combate, ele é bem mais fluído e mecanicamente acessível em relação ao original, tendo recursos como o de travar a mira em um inimigo e dash automático. As recompensas também tiveram mudanças, o grind é bem mais amigável em relação ao original, demônios não usados na luta ganham XP e afinidade agora.

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Diferente do original, o Remastered permite que você construa as armas de Raidou, na versão original elas eram recompensas de secundárias. Além disso, a nova versão do jogo oferece mais opções de demônios para fundir. Outra adição agradável foi a adição de voice acting em praticamente todas os diálogos importantes do jogo, dando assim um pouco mais de carisma para os personagens.

Conclusão

Raidou é uma ótima remasterização de um jogo medíocre, mas isso não é um problema. O jogo é extremamente divertido, mas deixa a desejar com sua narrativa e mal uso da temática de detetive. Talvez eu esteja sendo um pouco cruel com o jogo por compara-lo com outros títulos da Atlus, mas é inegável que ao coloca-lo lado a lado com outros títulos da desenvolvedora, ele acaba ficando bem apagado.

Não acho que RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army seja uma aquisição ruim, mas não vejo ele como uma jogatina obrigatória, nem mesmo se você for um fanático da Atlus.

RAIDOU Remastered: The Mystery of The Soulless Army está disponível para PlayStation 4 e 5, Nintendo Switch e Switch 2, Steam e Xbox Series X|S.

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