Análise de Wuchang Fallen Feathers: Mais um souls-like vê a luz do dia

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Wuchang: Fallen Feathers é um Souls-like com bastante foco na ação e com uma filosofia de game design que tenta aproximar o máximo possível das raízes do “gênero”. Lançado em 23 de Julho deste ano, Wuchang tem uma campanha de aproximadamente 30 horas, podendo oscilar consideravelmente por conta da dificuldade do jogo e estrutura do mapa. Infelizmente, seguindo os padrões de jogos concebidos via Unreal Engine 5, a otimização de Wuchang é desastrosa, sendo praticamente impossível rodar sem FSR ou DLSS.

Combate

Em Wuchang, nós temos um arsenal considerável de armas separadas por categorias (espada longa, espada, lança, machado e adagas), cada tipo possui habilidades que podem ser desbloqueadas ao subir de nível e toda arma possui alguma singularidade, seja ela algum buff ou até mesmo golpes exclusivos. A árvore de habilidades do jogo é bem convidativa, você pode resetar e redistribuir seus pontos de habilidade livremente, permitindo assim que você migre de build caso julgue necessário.

Wuchang é capaz de carregar duas armas simultaneamente, assim ampliando o leque de possiblidade para combos e estratégias. Muitas vezes me vi trocando de arma em situações para usar sua habilidade exclusiva, quando bem coordenado, essa mecânica abre muitas possibilidades de agressivar ou até mesmo evitar ataques. A possibilidade de resetar a build a qualquer momento acaba dando muita liberdade para testarmos várias combinações de arma sem preocupações, o jogo te induz bastante a testar seu arsenal.

Abordagens agressivas são recompensadas pela mecânica de stun e backstab em Wuchang. Acertar continuamente um inimigo vai carregando uma barra que, ao sem completada, deixa o inimigo desnorteado e vulnerável para um golpe extremamente forte. Inimigos podem ficar atordoados instantaneamente caso sejam atingidos pelas costas enquanto desatentos ou se estiverem canalizando algum ataque. Saber como abusar dessa mecânica pode ser um ponto chave de diversas lutas.

Infelizmente, o que era para ser a estrela do jogo acaba sendo uma das maiores problemáticas do mesmo, os chefes de Wuchang são em sua maioria desbalanceados, assim acarretando em lutas muito fáceis ou confrontos desonestos. Um dos maiores problemas dos chefes é que alguns deles dão poucos frames para o jogador revidar, eles tendem a emendar combos incessantemente a ponto de você levar um golpe que te derruba no chão e instantaneamente tomar outro golpe enquanto está levantando, assim morrendo sem poder fazer absolutamente nada. A impressão que da é que não teve qualquer tipo de game test com os chefes.

Mapa e exploração

O level design de Wuchang é ótimo, tendo várias conexões e atalhos no mapa, além de diversos itens secundários bem escondidos. Os gráficos de Wuchang são bem bonitos, mas isso vem a custa da obrigatoriedade do uso de DLSS ou FSR para o jogo ficar jogável. Mesmo com cenários lindos, achei a ambientação do jogo sem identidade e esquecível, felizmente o mapa não se sustenta só na apresentação, explorar as áreas de Wuchang é muito divertido e tende a ser recompensador.

O jogo conta com um sistema idêntico as fogueiras de Dark Souls, diferenciando-se apenas por ser um santuário no lugar da fogueira. Ao rezar nos santuários, você pode se curar, fazer melhorias no personagem, fazer os inimigos da área renascerem e até mesmo fazer fast travel para outro santuário. A distribuição dos santuários é, ao meu ver, muito bem pensado, geralmente elas ficam bem longe dos chefes e isso acaba te induzindo a ir atrás de atalhos para facilitar sua rota do save até o chefe, assim induzindo o jogador a explorar melhor algumas áreas do mapa e valorizar mais cada tentativa em certos confrontos.

Narrativa

O jogo se passa no final da dinastia Ming (por volta de 1600), em um mundo hipotético onde elementos mágicos e mitológicos são reais. Uma praga está causando a ruína da terra de Shu, essa doença transforma os enfermos em monstros selvagens que se assemelham a aves. Diferente dos outros, a doença da poderes para Wuchang e cabe a nós decidirmos se Wuchang vai negar ou abraçar essa maldição.

O jogo começa com Wuchang acordando com amnesia e com um objetivo em mente, acabar com a doença que está devastando sua terra. Conforme progredimos, vamos encontrando NPCs que nos orientam e ajudam a investigar a causa da doença e possíveis formas de resolve-la. Conforme vamos nos adentramos nas terras devastadas pela praga em busca de uma cura ou solução, acabamos consequentemente desenterrando o passado de Shu e Wuchang aos poucos. .

Por ter um protagonista definido, eu esperava que Wuchang fosse ser um personagem com mais presença, mas não é o caso. A narrativa de Wuchang não é muito expositiva, e nossa protagonista é bem passiva durante a campanha, sendo apenas um “observador” controlado pelo jogador, sendo assim sem personalidade definida. Essa abordagem acaba resultando em uma história pouco cativante, acompanhada por personagens igualmente tediosos, posso contar a dedo personagens que me deixaram minimamente engajado durante a jogatina.

Wuchang conta com 4 finais e um sistema de NG+, certos finais são diretamente ligados com algumas missões específicas de NPCs. Apesar dos vários finais, não senti que eles compensam outra run do jogo, as mudanças de uma “rota” para outra são desprezíveis e a única mudança significativa é que você possivelmente enfrentará um ou dois chefes opcionais que passaram batido durante a primeira jogatina. Além disso, achei a reta final do jogo anticlimática, acho mais coerente ver os outros finais por vídeo mesmo (isso supondo que você não almeje a platina de Wuchang).

Wuchang faz um bom uso da sua mitologia, mas infelizmente a narrativa acaba tirando um pouco o brilho dessa questão. No decorrer da campanha, vamos encontrando informações sobre uma civilização antiga que aparentam estar relacionada com a praga, “desenterrar” este passado é cativante, mas o processo em si não garante bons resultados. Mesmo engajado em entender o mundo do jogo, poucos dias depois de zera-lo simplesmente esqueci de boa parte das coisas, infelizmente quase nada presente neste jogo é memorável.

Conclusão

Wuchang pode ser comparado com um bolo que, apesar de feito usando uma ótima receita de base, se prejudica por conta dos ingredientes de baixa qualidade presentes nele. O jogo segue com uma abordagem muito similar ao primeiro Dark Souls em diversos pontos (principalmente em relação a exploração e abordagem narrativa), mas acaba se perdendo um pouco principalmente em relação ao balanceamento dos chefes, que por sua vez apresentam inconsistências gritantes por sempre serem muito fáceis ou extremamente difíceis. A dificuldade não seria um problema se o jogo fosse consistente, perdi muitas lutas por conta da queda de quadros que tive, mesmo jogando no médio em uma 3070 com DLSS ativo o jogo continuava tendo quedas de quadros inexplicáveis.

Wuchang é um jogo que tinha muito potencial e possivelmente pode ter seus problemas resolvidos via patch, mas não é justo fazer análises baseadas em hipóteses. O jogo é muito mal otimizado, sua narrativa segue uma abordagem que não cativa, os personagens sao em sua maioria desinteressantes e apesar de ser bonito a nível de textura, sua identidade visual pode ser facilmente taxada como “slop”. O level design é muito acima da média e o combate satisfatório, mas não acredito que seja um bom momento para arriscar a compra de Wuchang, o jogo é completamente esquecível e ainda consta com problemas técnicos extremamente danosos para a experiência do jogador.

Wuchang está disponível para PC, Playstation 5 e Xbox Series (também disponível via Game Pass)

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